Habitual.

 

Não sei o que estou sentindo agora, pois só consigo concentrar-me na chuva.

Chuva.

Ouvi uma vez que Deus está na chuva.

Estonteante é a música que produz ao chocar-se com o telhado.
Simplesmente não consigo parar de ouvi-la.

Música que envolve-me como em uma dança, com passos sincronizados, movimentos precisos.
Danço com a chuva. Danço na chuva.
Paro de ouvi-la, e começo a senti-la.

Até o ser mais insensível do mundo pode sentir.

Sei que pode, apenas não deixa acontecer.

-
Li uma vez que filósofo é aquele que tem a capacidade de admirar-se com o mundo, com a vida.
Mas o mundo já se tornou comum. O mundo se tornou habitual.

Admirar-se é para os bobos?

-
Quero encontrar aquele alguém. Aquele que não planeja. Aquele que não foge. Aquele que é bobo.



Aquele não abre o guarda-chuva.



Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.  
(William Shakespeare)

Nenhum comentário:

Postar um comentário